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Fisioterapia no pós-operatório de feminização facial

Por 26 de novembro de 20213 Comentários

Você sabia que o procedimento de feminização facial pode ter efeitos pós-operatórios mais leves com a ajuda da fisioterapia?

 

Aos que não conhecem o termo, a cirurgia plástica de feminização facial é um procedimento que tem como objetivo tornar mais femininas as características sexuais dismórficas de mulheres transgênero, isto é, características corporais que não estão diretamente ligadas aos órgãos sexuais.

 

Para melhor ilustrar, citamos a seguir algumas das possíveis modificações a partir de cirurgias de feminização facial. Dentre elas, estão: a cranioplastia, procedimento de raspagem da região inferior da testa, chamada glabela, para torná-la menos proeminente; a condrolaringoplastia, raspagem da traquéia, a fim de reduzir o pomo de adão; a rinoplastia, operação que torna o nariz mais delicado e menos notável; o lifting labial, a fim de tornar os lábios mais preenchidos e delineados; o contorno de mandíbula, que reduz o osso mandibular e sua angulação, assim como o aumento de bochechas, tornando-as mais cheias e suaves.

 

Além de edemas faciais e hematomas, durante o período pós-operatório pode ocorrer maior inchaço local, devido ao acúmulo de líquido e sangue na região subcutânea. Isso pode levar à dificuldade de mobilidade e à demanda por cuidados especiais.

 

Nesse sentido, a fisioterapia pós-operatória utiliza recursos como a drenagem linfática manual, a aplicação de taping e o laser de baixa intensidade. A seguir, conheça um pouco mais acerca dessas técnicas e a sua importância ao pós-operatório de feminização facial.

 

O papel da fisioterapia 

 

Dentre os três procedimentos citados, a drenagem linfática manual é possivelmente o mais conhecido, devido aos diferentes contextos em que pode ser utilizada. Em resumo, trata-se de uma massagem corporal que elimina excessos de líquidos. No caso do pós-operatório de feminização facial, ela deve ser realizada imediatamente após a cirurgia.

 

Este recurso utilizado pela fisioterapia apresenta variados benefícios, que vão da melhoria do processo de cicatrização à redução de inchaços e dores. Recomenda-se que o tratamento seja realizado pelo menos duas vezes por semana num período total de cinco semanas.

 

Já o taping linfático é uma técnica que se utiliza de bandagens elásticas para estimular a musculatura, o fluxo sanguíneo e linfático. Nesse caso, o taping serve para ampliar os efeitos da drenagem linfática na paciente. O taping também reduz hematomas e previne aderências cicatriciais.

 

Por fim, o laser de baixa intensidade serve para acelerar o processo de cicatrização, reduzir aderências e fibroses. Ele acelera, ainda, a reparação dos vasos sanguíneos e linfáticos, caso haja lesões nos mesmos durante a cirurgia. 

 

 

Em resumo: condutas como as destacadas permitem um controle satisfatório de edemas, redução de hematomas, bem como promovem a melhora da cicatrização da ferida operatória. Além disso, deixam a cicatriz posterior à cirurgia mais estética e funcional.

 

Vale ressaltar que antes do pós-operatório é sempre importante que uma avaliação detalhada seja feita por profissionais capacitados, que levem em conta o quadro clínico e estado de saúde geral do paciente, a fim de indicar as melhores alternativas pós-operatórias.

 

Ficou com alguma dúvida? Entre em contato conosco e saiba como podemos te ajudar. 

 

Referências

Spiegel, Jeffrey H. “Facial Feminization for the Transgender Patient.” The Journal of craniofacial surgery vol. 30,5 (2019): 1399-1402. doi:10.1097/SCS.0000000000005645

 

Hörmann, Julie et al. “Kinesiotaping for postoperative oedema – what is the evidence? A systematic review.” BMC sports science, medicine & rehabilitation vol. 12 14. 2 Mar. 2020, doi:10.1186/s13102-020-00162-3

 

Metin, Revnak et al. “Effects of low-level laser therapy on soft and hard tissue healing after endodontic surgery.” Lasers in medical science vol. 33,8 (2018): 1699-1706. doi:10.1007/s10103-018-2523-8

 

Escudero, Jose Stalin Bayas et al. “Photobiomodulation therapy (PBMT) in bone repair: A systematic review.” Injury vol. 50,11 (2019): 1853-1867. doi:10.1016/j.injury.2019.09.031

Dra. Kamilla Zomkowski

Dra. Kamilla Zomkowski

Fisioterapeuta CREFITO-10 208740/F
Mestre em Fisioterapia - UDESC
Especialista em Fisioterapia na Saúde da Mulher - ABRAFISM/COFFITO 
Docente do Curso de Fisioterapia da Universidade do Sul de Santa Catarina 
Laboratório Saúde da Mulher - LaSAM
 
(48) 99914-4841

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